Jornalismo de sarjeta
Após o anúncio por parte do governo que a quota de imigrantes iria ser reduzida no próximo ano, foi publicada esta semana no jornal Público uma "notícia" sobre imigração. Uma notícia é por definição uma novidade, mas mas esta chegou com dois anos de atraso e apresenta dados de 2007. O facto da informação ter dois anos de idade não é o único facto estranho. No texto, fala-se das previsões para 2008, "eram 41.530 em 2006. Em 2007, baixaram para os 39.480. Os números de 2008 deverão demonstrar nova diminuição." de onde fica claro que o texto foi efectivamente escrito em 2007.
Como se explica então o atraso de dois anos na publicação de uma notícia de 2007? Que sentido faz noticiar em 2009 algo que seria novidade em 2007? Há uma resposta simples. O texto é um texto puramente propagandístico, e o mesmo texto ou variações dele podem ser ciclicamente publicados na imprensa por forma a que os leitores assimilem gradualmente a propaganda que se lhes pretende impingir. E se atendermos ao conteúdo da "notícia" e ao amplo destaque que recebeu no Esquerda.net, não é difícil adivinhar qual o partido que está a intoxicar a imprensa escrita.
Para além de alguns dados, o corpo da notícia consiste basicamente em opiniões de "especialistas", com a activista, perdão, jornalista, a concluir sobre a unanimidade na opinião dos "especialistas". O que a "notícia" não refere é que todos os "especialistas" contactados são autores de estudos encomendados pelo ACIME, entidade governamental que promove a imigração. Tratando-se de estudos encomendados, de estranhar seria se ouvesse divergências. É portanto pura propaganda servida ao público sob a capa de informação.