16.Abr.05
Base ideológica do Bloco de Esquerda
O Bloco de Esquerda é um partido ideologicamente confuso. Com efeito, a sua matiz ideológica assenta em duas pedras basilares distintas, desconexas e por vezes antagónicas. São elas um Marxismo lato, no sentido em que engloba tudo o que apresente vagas semelhanças com as ideias originais de Marx, e um hiper-liberalismo que se estende a todas as vertentes da sociedade, excepto à económica. Este hiper-liberalismo bloquista advoga que tudo deve ser permitido a todos, excepto naturalmente aos que professam pontos de vista discordantes dos seus. O Marxismo lato e o hiper-liberalismo são ambos intrinsecamente inconsistentes e incompatíveis um com o outro. Apesar de tudo, são os dois ingredientes principais da sopa ideológica bloquista. Ingredientes secundários, como que a condimentar, existem três: A demagogia populista, uma intolerância religiosóide e o fundamentalismo utópico politicamente correcto. A demagogia populista consiste na realização de promessas manifestamente impossíveis de concretizar e que o BE não tem sequer ideia de como tentar concretizar. Um bom exemplo desta demagogia populista-bloquista é a promessa de reduzir o desemprego quando as medidas propostas pelo BE conduziriam indubitavelmente a um aumento do desemprego. A intolerância religiosóide revela grandes semelhanças com qualquer profissão religiosa e com as ditaduras que marcaram o século XX na Europa. O BE considera-se dono da verdade e não aceita que alguém possa manifestar opiniões contrárias. Um bom exemplo foi dado pelo seu líder vitalício Francisco Louçã no debate com Paulo Portas. Por fim, o fundamentalismo politicamente correcto que defende de forma cega as causas politicamente correctas, normalmente absurdas, utópicas e frequentemente deslocadas da realidade, próprias de quem vive num universo paralelo.