05.Jul.05
Make Inteligence History
No passado sábado, a organização make poverty history levou a cabo uma iniciativa sem precedentes contra a fome e pobreza em África. Bob Geldof y sus muchachos organizaram nada menos que oito concertos simultâneos em diferentes cidades do mundo, tendo mobilizado centenas milhares de pessoas e, mais importante que tudo, atraído a atenção da comunicação social do mundo inteiro. Foi exaustivamente repetido que não se pedia dinheiro a ninguém, pedia-se apenas às pessoas que se manifestassem e dessem força ao movimento, por forma a pressionar o grupo dos G8 (8 países mais ricos do mundo) a solucionar o problema da pobreza em África.
Mas a organização make poverty history (MPH) tem também ela um problema, e esse problema é que a sua vontade em mudar o mundo é directamente proporcional à sua falta de visão. Antes de mais, a organização está a enganar os seus apoiantes (o que também não será difícil) quando afirmam que não lhes é pedido dinheiro. É pedido dinheiro e muito, apenas não o é pedido directamente mas sim através dos seus impostos, o que vai dar ao mesmo. Além disso, pagam não apenas os seus apoiantes mas também os milhões de pessoas mais esclarecidas que em nada concordam com esta iniciativa. A referida organização esqueceu-se também de esclarecer os seus apoiantes que não se trata de uma ajuda financeira pontual aos países pobres. Com efeito, uma vez consumidos os recursos enviados, tornar-se-ão necessárias novas ajudas reguulares.
Além disso, a MPH esqueceu-se também de outro pequeno pormenor: não é o G8 quem governa os países pobres. Os países pobres têm os seus próprios governos e só estes podem tomar medidas no sentido de erradicar a pobreza. O G8 pode sim apoiar financeiramente estas medidas, mas elas terão sempre que ser iniciativa dos respectivos países. E os governos dos respectivos países parecem pouco interessados em tomar medidas que combatendo a extrema pobreza da população, combatem também a extrema riqueza dos seus governantes.
As medidas propostas pela MPH são também elas ineficazes e eventualmente contraproducentes. A primeira medida consiste no envio de uma substancial ajuda alimentar e financeira, mas pobreza e a fome não se combatem enviando alimentos e dinheiro para África. É verdade que os países desenvolvidos poderiam reduzir os efeitos desses flagelos simplesmente enviando dinheiro e comida em grandes quantidades, enquanto os habitantes desses países poderiam por exemplo ocupar o seu tempo a descansar na praia. Porém, tal aparente solução apenas iria agravar o problema. A população dos países Africanos, mesmo apesar da fome e das doenças, está a duplicar em muitos casos a cada 25 anos. Isto significa que dentro de um século, o esforço exigido aos países desenvolvidos seria dezasseis vezes maior e dentro de dois séculos e meio seria mais de mil vezes superior. Ou seja, os países desenvolvidos iriam sustentar artificialmente o crescimento demográfico em África até um ponto de ruptura, altura em que a fome e pobreza iriam regressar numa escala muito maior.
A segunda medida da MPH consiste na exigência de um comércio justo, mais concretamente, a MPH exige aos países desenvolvidos que NÃO subsidiem os seus agricultores e levantem todas as barreiras alfandegárias, ao passo que os países pobres possam subsidiar os seus. Esta ideia meio tresloucada, que se encontra muito difundida entre uma certa Esquerda politicamente correcta, carece de qualquer sentido. Em primeiro lugar, logo porque nos países desenvolvidos são atribuídos subsídios aos seus agricultores, não porque os respectivos governos gostem de gastar dinheiro, mas sim para evitar que parte da população caia na miséria. O que a MPH exige aos governos dos países desenvolvidos é então que estes criem um drama social nos seus próprios países. Quanto aos subsídios entregues aos agricultores dos países pobres, presume-se, seriam pagos pelos países desenvolvidos. Portanto, o conceito de comércio justo para a MPH consiste em que os países desenvolvidos deixem na miséria os seus próprios agricultores e passem a sustentar os agricultores dos países pobres. Mas não é tudo. Os agricultores dos países pobres possuem pequenas parcelas de terreno e famílias numerosas. Quando sobram algumas couves vão ao mercado da aldeia vender os seus produtos. Pensar que esta agricultura de subsistência pode competir num mercado global com a agricultura altamente mecanizada dos Estados Unidos, ou com mesmo com a agricultura de países como a China ou a Índia, só mesmo na cabeça destes activistas.
Há ainda mais um facto estranho. Para estes activistas, toda a pobreza existente nos países desenvolvidos se deve à injusta distribuição de riqueza, mesmo quando nesses países existem eficientes mecanismos de redistribuição de riqueza. Já nos países sub-desenvolvidos como Angola, em que 90% da riqueza do país incluindo ouro, petróleo e diamantes se encontra nas mãos dos amigos do presidente José Eduardo dos Santos, a questão da injusta distribuição de riqueza não é digna de qualquer menção.
Concluindo, o MPH apesar da sua aparência humanitária parece apenas ser composto por aqueles indivíduos que há uns anos andavam a incendiar carros e partir montras, e que hoje são demasiado respeitáveis para o fazer, No entanto, a motivação é a mesma: um ódio cego ao G8. Caso as medidas propostas pelo Make Poverty History vão avante, a única coisa que irá passar à História é mesmo a forma inteligente de abordar os problemas. A pobreza em África, essa agravar-se-á.
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A fitinha trotskista que identifica os blogs de elevada moral e baixa inteligência
Mas a organização make poverty history (MPH) tem também ela um problema, e esse problema é que a sua vontade em mudar o mundo é directamente proporcional à sua falta de visão. Antes de mais, a organização está a enganar os seus apoiantes (o que também não será difícil) quando afirmam que não lhes é pedido dinheiro. É pedido dinheiro e muito, apenas não o é pedido directamente mas sim através dos seus impostos, o que vai dar ao mesmo. Além disso, pagam não apenas os seus apoiantes mas também os milhões de pessoas mais esclarecidas que em nada concordam com esta iniciativa. A referida organização esqueceu-se também de esclarecer os seus apoiantes que não se trata de uma ajuda financeira pontual aos países pobres. Com efeito, uma vez consumidos os recursos enviados, tornar-se-ão necessárias novas ajudas reguulares.
Além disso, a MPH esqueceu-se também de outro pequeno pormenor: não é o G8 quem governa os países pobres. Os países pobres têm os seus próprios governos e só estes podem tomar medidas no sentido de erradicar a pobreza. O G8 pode sim apoiar financeiramente estas medidas, mas elas terão sempre que ser iniciativa dos respectivos países. E os governos dos respectivos países parecem pouco interessados em tomar medidas que combatendo a extrema pobreza da população, combatem também a extrema riqueza dos seus governantes.
As medidas propostas pela MPH são também elas ineficazes e eventualmente contraproducentes. A primeira medida consiste no envio de uma substancial ajuda alimentar e financeira, mas pobreza e a fome não se combatem enviando alimentos e dinheiro para África. É verdade que os países desenvolvidos poderiam reduzir os efeitos desses flagelos simplesmente enviando dinheiro e comida em grandes quantidades, enquanto os habitantes desses países poderiam por exemplo ocupar o seu tempo a descansar na praia. Porém, tal aparente solução apenas iria agravar o problema. A população dos países Africanos, mesmo apesar da fome e das doenças, está a duplicar em muitos casos a cada 25 anos. Isto significa que dentro de um século, o esforço exigido aos países desenvolvidos seria dezasseis vezes maior e dentro de dois séculos e meio seria mais de mil vezes superior. Ou seja, os países desenvolvidos iriam sustentar artificialmente o crescimento demográfico em África até um ponto de ruptura, altura em que a fome e pobreza iriam regressar numa escala muito maior.
A segunda medida da MPH consiste na exigência de um comércio justo, mais concretamente, a MPH exige aos países desenvolvidos que NÃO subsidiem os seus agricultores e levantem todas as barreiras alfandegárias, ao passo que os países pobres possam subsidiar os seus. Esta ideia meio tresloucada, que se encontra muito difundida entre uma certa Esquerda politicamente correcta, carece de qualquer sentido. Em primeiro lugar, logo porque nos países desenvolvidos são atribuídos subsídios aos seus agricultores, não porque os respectivos governos gostem de gastar dinheiro, mas sim para evitar que parte da população caia na miséria. O que a MPH exige aos governos dos países desenvolvidos é então que estes criem um drama social nos seus próprios países. Quanto aos subsídios entregues aos agricultores dos países pobres, presume-se, seriam pagos pelos países desenvolvidos. Portanto, o conceito de comércio justo para a MPH consiste em que os países desenvolvidos deixem na miséria os seus próprios agricultores e passem a sustentar os agricultores dos países pobres. Mas não é tudo. Os agricultores dos países pobres possuem pequenas parcelas de terreno e famílias numerosas. Quando sobram algumas couves vão ao mercado da aldeia vender os seus produtos. Pensar que esta agricultura de subsistência pode competir num mercado global com a agricultura altamente mecanizada dos Estados Unidos, ou com mesmo com a agricultura de países como a China ou a Índia, só mesmo na cabeça destes activistas.
Há ainda mais um facto estranho. Para estes activistas, toda a pobreza existente nos países desenvolvidos se deve à injusta distribuição de riqueza, mesmo quando nesses países existem eficientes mecanismos de redistribuição de riqueza. Já nos países sub-desenvolvidos como Angola, em que 90% da riqueza do país incluindo ouro, petróleo e diamantes se encontra nas mãos dos amigos do presidente José Eduardo dos Santos, a questão da injusta distribuição de riqueza não é digna de qualquer menção.
Concluindo, o MPH apesar da sua aparência humanitária parece apenas ser composto por aqueles indivíduos que há uns anos andavam a incendiar carros e partir montras, e que hoje são demasiado respeitáveis para o fazer, No entanto, a motivação é a mesma: um ódio cego ao G8. Caso as medidas propostas pelo Make Poverty History vão avante, a única coisa que irá passar à História é mesmo a forma inteligente de abordar os problemas. A pobreza em África, essa agravar-se-á.

A fitinha trotskista que identifica os blogs de elevada moral e baixa inteligência