24.Jan.06
Eleições presidenciais - Vencedores e vencidos
GARCIA PEREIRA: 0,4% - VENCIDO
Nunca se compreendeu exactamente qual o papel que Garcia Pereira pretendeu desempenhar nestas eleições. Justificou a sua candidatura com o facto da candidatura de Mário Soares ser uma candidatura perdedora. Certo. Mas em que é que uma candidatura sua poderia alterar tal fatalidade? Teve 0,4% dos votos quando tivera 1,5% há cinco anos atrás e é portanto um claro perdedor.
Há no entanto a lamentar a forma como foi claramente discriminado e prejudicado pela Comunicação Social, de uma forma que não é admissível numa democracia séria.
FRANCISCO LOUÇÃ: 5,3% - VENCIDO
O demagogo Francisco Louçã foi outro dos grandes derrotados da noite. Falhou o seu primeiro objectivo, impedir a vitória de Cavaco Silva, falhou o seu segundo objectivo, conseguir o apuramento para a segunda volta, e ainda ficou claramente atrás do candidato Estalinista, Jerónimo de Sousa. Como se não bastasse, ainda desceu em cerca de 1% a votação conseguida pelo Bloco de Esquerda (cerca de 6,3%) nas últimas legislativas. Cumpriu ainda assim os seus dois objectivos inconfessos, o de angriar receitas para o seu partido e o de perfumar diariamente os telejornais com a sua retórica e o seu populismo demagógico.
JERÓNIMO DE SOUSA: 8,6% - VENCEDOR
Jerónimo de Sousa é claramente um dos vencedores da noite. Não apenas travou a queda gradual das votações comunistas como ainda ganhou simpatias e subiu cerca de 1% em comparação com a votação da CDU nas últimas legislativas. No confronto directo com o candidato Trotskista, venceu com grande vantagem. É certo que não conseguiu evitar a vitória de Cavaco Silva, mas também é certo que tal responsabilidade não lhe pode ser imputada.
MÁRIO SOARES: 14,3% - VENCIDO
A campanha suicida de Mário Soares valeu-lhe uma dupla derrota. Foi esmagado por Cavaco Silva e foi esmagado pelo enjeitado do PS, Manuel Alegre. Os 14% conseguidos por Mário Soares corresponderão a pouco mais que ao aparelho do PS, o que é esclarecedor quanto à nulidade do candidato. Alguém com um passado como o seu escusava de terminar a sua carreira desta forma humilhante, e se o candidato já não possuia lucidez para efectuar uma avaliação correcta das suas actuais capacidades, alguém o deveria ter feito por ele.
MANUEL ALEGRE: 20,7% - VENCEDOR
Manuel Alegre, apesar de não contar com o apoio de nenhuma máquina partidária, foi por uma larga margem o candidato mais votado da Esquerda, o que só por si constitui uma grande vitória. Não conseguiu chegar à segunda volta com Cavaco Silva, mas o seu verdadeiro desafio era contra Soares... e ganhou.
CAVACO SILVA: 50,6% - VENCEDOR
Cavaco Silva obteve uma vitória esmagadora. Venceu em todos os distritos excepto Beja, e sozinho conseguiu mais votos que os restantes candidatos todos juntos. Se atendermos a que durante toda a campanha os seus adversários dispuseram de cinco tempos de antena para o atacar, e ele apenas de um, poderá concluir-se que Cavaco Silva obteve uma vitória em toda a linha.