A Joana e os resultados das presidenciais
A mandatária para a juventude da candidatura de Mário
Soares e membro da direcção do Bloco de Esquerda, Joana Amaral Dias,
pronunciou-se finalmente no seu blog Bichos carpinteiros sobre os resultados
das eleições presidenciais. Os leitores do referido blog, que ao longo da
campanha eleitoral acompanharam o ritmo frenético a que os textos sobre Cavaco
Silva se sucediam, terão certamente estranhado tão prolongada ausência de textos
da Joana. Há porém duas razões triviais que podem explicar tal ausência: Por um
lado, poderia ser cansaço provocado pelo alucinante ritmo a que a Joana escreveu
sobre Cavaco Silva no período que precedeu as eleições, ou então, poderia mais
simplesmente estar a digerir um grande melão que comeu no Domingo à noite.
Decididamente, a Joana não consegue compreender como é que
havendo dois candidatos tão bons, Mário Soares e Francisco Louçã, o eleitorado
foi votar em Cavaco Silva, Manuel Alegre e até mesmo no comunista Jerónimo de
Sousa. Felizmente que Garcia Pereira se candidatou à última hora, e a esse,
Soares e Louçã não deram a mais pequena chance.
A Joana começa por citar o dirigente do BE Fernando Rosas,
que na sua crónica no Público explicou que a vitória estava perfeitamente ao
alcance da Esquerda. Refira-se que a verdadeira vocação de Rosas talvez nunca
tenha sido a de político, mas sim a de treinador de futebol, atendendo à
naturalidade com que explica como é que a sua equipa acabou goleada depois de
ter a vitória perfeitamente ao seu alcance.
Posteriormente, na sua profunda análise, a Joana encontra
as causas para os sucessos de Alegre e Cavaco. Alegre teve sucesso porque falou
e Cavaco teve sucesso porque não falou. Passo a citar, Manuel Alegre seduziu
votos do PS, do CDS, do BE e de cidadãos descrentes e estes foram na cantiga
de Alegre. Mas que grande malandro! Já Cavaco Silva fez o acomodamento final
na sua mudez. Outro grande malandro! Com candidatos assim, é perfeitamente
natural que Soares e Louçã não tenham tido quaisquer hipóteses.
Para terminar, sugiro à Joana que, se quiser ter sucesso na
sua carreira política, siga o exemplo de Cavaco Silva e fale o menos que puder.
É que em boca fechada não entra mosca.