
Se os muçulmanos têm razões para se sentir ofendidos pela publicação de cartoons num jornal Dinamarquês, razões para isso terão também os Portugueses que viram um senhor, que supostamente os representa, colocar-se de cócoras perante o fundamentalismo e a barbárie.
Já a propósito da adesão da Turquia à União Europeia, Portugal votou favoravelmente porque, disse este senhor, partilhamos os mesmos valores. Não sei quais os valores que este senhor partilha com o povo Turco. Talvez o anti-americanismo primário e a cultura popular que demoniza o Ocidente. Talvez os constantes atropelos aos Direitos Humanos. Talvez as perseguições políticas. Talvez a falta de liberdade de expressão. Talvez o anti-semitismo. Talvez o genocídio do povo Curdo. Talvez a admiração por Hitler (a obra Mein Kampf de Hitler é presença assídua nos tops de vendas). Já na altura gostaria de ter dito a este senhor que eu, tal como a maioria da população por quem ele falou, não partilho esses valores.
Desta vez, num comunicado já por demais comentado, afirmou que Portugal lamenta e discorda da publicação de desenhos e/ou caricaturas que ofendem as crenças ou a sensibilidade dos povos muçulmanos. Não afirmou lamentar nem discordar do comportamento dos imãs que divulgaram esses desenhos pelos quatro cantos do mundo nem afirmou lamentar nem discordar do comportamento das turbas que dirigiram a sua violência contra inocentes sem qualquer responsabilidade nessa publicação.
Assim, quero aqui declarar publicamente que esse senhor não me representa e que não fala em meu nome.
Este texto vem na sequência da iniciativa do bloguítica, que compilou uma lista de Portugueses em nome de quem este senhor não fala.
http://bloguitica.blogspot.com/2006/02/no-fala-em-nosso-nome-213-um-breve.html
De Leandro a 9 de Fevereiro de 2006 às 16:56
Parabéns pelo seu blog! Incisivo, direto, sem rodeios. Cá pelas bandas brazucas também sofremos da empulhação esquerdista, que toma corpo em todo o continente. Estão recuperando o que perderam no Leste Europeu. Não cessam com o anti-americanismo rasteiro e vil, com as malfadadas ações afirmativas, com o discurso demagógico. E vejo com apreensão o crescente embate de forças que toma conta da Europa. Os "protestos" pelas charges publicadas são simples fumaça. Nas entranhas destes revoltosos arde o único desejo pela destruição dos mais caros valores ocidentais, patrocinados pela esquerda delirante. Enfrentá-los passa a ser não um mero exercício de liberdade, mas uma questão de sobrevivência. Saudações.
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