Argumentos Oliveirianos (2)
O Daniel Oliveira indignou-se com o facto de José Adelino Maltez ter dito, na SIC Notícias, que a corrupção é tanto menor quanto menos Estado houver. A partir daí fez um esforço intelectual e encontrou um argumento capaz de provar o contrário:
O argumento é bom, embora o facto de nevar muito na Dinamarca, Suécia, Finlândia, Islândia e Noruega também possa explicar os baixos índices de corrupção. Ou talvez seja pelo facto de falarem línguas nórdicas. Ou pelo facto de haver muitas pessoas de olhos azuis. Ou por serem altos. Por outro lado, o calor que se faz sentir no Haiti, Iraque, Sudão e Somália pode ser a causa dos altos índices de corrupção nesses países. Ou o número de mosquitos. Enfim, quando se compara o incomparável todas as justificações são possíveis.
Se o Daniel não tivesse medo do desconhecido e por uma vez na vida experimentasse essa estranha sensação de ser intelectualmente honesto, iria comparar estados de equivalente nível de desenvolvimento, culturalmente semelhantes, e usar critérios objectivos para medir a dimensão do Estado e os níveis de corrupção. Assim, talvez fosse possível tirar alguma conclusão minimamente séria.