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politicaxix

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28.Mai.09

Jornalismo de sarjeta

 

 

Após o anúncio por parte do governo que a quota de imigrantes iria ser reduzida no próximo ano,  foi publicada esta semana no jornal Público uma "notícia" sobre imigração. Uma notícia é por definição uma novidade, mas mas esta chegou com dois anos de atraso  e apresenta dados de 2007. O facto da informação ter dois anos de idade não é o único facto estranho. No texto, fala-se das previsões para 2008, "eram 41.530 em 2006. Em 2007, baixaram para os 39.480. Os números de 2008 deverão demonstrar nova diminuição." de onde fica claro que o texto foi efectivamente escrito em 2007.

 

 

Como se explica então o atraso de dois anos na publicação de uma notícia de 2007? Que sentido faz noticiar em 2009 algo que seria novidade em 2007? Há uma resposta simples. O texto é um texto puramente propagandístico, e o mesmo texto ou variações dele podem ser ciclicamente publicados na imprensa por forma a que os leitores assimilem gradualmente a propaganda que se lhes pretende impingir. E se atendermos ao conteúdo da "notícia" e ao amplo destaque que recebeu no Esquerda.net, não é difícil adivinhar qual o partido que está a intoxicar a imprensa escrita.

 

 

Para além de alguns dados, o corpo da notícia consiste basicamente em opiniões de "especialistas", com a activista, perdão, jornalista, a concluir sobre a unanimidade na opinião dos "especialistas". O que a "notícia" não refere é que todos os "especialistas" contactados são autores de estudos encomendados pelo ACIME, entidade governamental que promove a imigração. Tratando-se de estudos encomendados, de estranhar seria se ouvesse divergências. É portanto pura propaganda servida ao público sob a capa de informação.

 

 

 

20.Mai.09

Manifestação pela entrada livre

 

A manifestação contra a Europa Fortaleza e pela entrada livre de imigrantes no espaço Europeu, que decorreu no passado dia 17 promovida pelo BE e por cerca de trinta organizações foi um sucesso, tendo-se reunido no Martim Moniz mais de cem pessoas. Rui Tavares, candidato do BE às Eleições Europeias foi uma das estrelas do desfile, tendo concedido uma entrevista ao Esqueda.net, jornal online que fez a cobertura do evento. Com a cassete menos oleada que o habitual, Rui Tavares, talvez por causa dos cheiros ou dos fumos, acabou por explicar que fechar as portas à imigração é fechar as portas à pobreza (não percam a entrevista no esquerda.net). Ora, o que nós desejamos para Portugal e para a Europa é precisamente isso, pobreza. O inefável Rui Tavares manifestou também a sua justificada preocupação quanto ao risco dos imigrantes se poderem ir embora. Imaginam o desgosto que seria para aquelas gentes de Setúbal, se os jovens da Bela Vista fossem lá para a terra deles? Agora que já estão tão habituados às histórias diárias de assaltos, como se iriam adaptar àquela monotonia de uma cidade onde nada acontece e onde não há nada para contar? Agora que já estão tão habituados aos tiros, como se iriam adaptar a um estranho silêncio? Há que fazer tudo para não os deixar ir embora. Porreiro Rui.

 

 

  

Fechar as portas à imigração é fechar as portas à pobreza.

 

Rui Tavares, candidato do BE às Eleições Europeias

 

 

Se a causa da criminalidade é a pobreza, fechar as portas à imigração é também fechar as portas à criminalidade. Se acha que a criminalidade em Portugal ainda não é suficiente, vote BE sem hesitações.

 

  

 

 

19.Mai.09

Vamos ser solidários

 

O caso da Fati, do qual tive conhecimento via arrastão, comoveu-me, faz chorar as pedras da calçada. Vivemos no século da solidariedade, a solidariedade é um dever de todos. Uma pequena contribuição de cada um de nós, não custava nada, e podíamos comprar-lhe um bilhete de avião de regresso lá para a terra dela.

 

A Fati dá uma grande contribuição para o desenvolvimento do país, mas não podemos ser egoístas. Temos que pensar nos outros, e em particular no continente Africano. Não podemos limitar-nos a enviar dinheiro para lá, é preciso mais que isso. África, para se desenvolver, precisa de pessoas que contribuam para o seu desenvolvimento, precisa de pessoas como a Fati. Ficamos todos a ganhar. Fica a Fati, pois lá tem papeis. Fica o continente Africano, pois terá a Fati a contribuir para o seu desenvolvimento. E ficamos nós, pois o desenvolvimento do continente negro é bom para todos.

 

Se de facto queremos ajudar África, e sim queremos, não podemos ser egoístas. Temos que enviar-lhes meios para se possam desenvolver, e em particular aquele que tem sido o motor do desenvolvimento da Europa: Os imigrantes africanos. Todos ficamos a ganhar.

 

 

 

 

14.Mai.09

São Louçã padroeiro dos criminosos

 

Bíblia do Politicamente Correcto

 

O Novíssimo Testamento, Salmo I - São Louçã, padroeiro dos criminosos

 

 

Era uma manhã ensolarada. Louçã conduzia a sua viatura por uma estrada rodeada por arbustos e árvores floridas, que serpenteava entre prados verdes. Louçã não era ainda santo. Por esta altura Louçã, Chico para os amigos, era ainda apenas e tão somente o líder de um pequeno grupelho fundamentalista. No entanto, esta mesma manhã, a sua vida iria mudar.

 

Kilómetros à frente, um jovem Afro-Português jazia estendido no alcatrão quente da estrada. Uma viatura aproxima-se, e quando dão pelo jovem jazendo imóvel no asfalto, a viatura pára e um casal sai apressadamente do carro para o socorrer. Nesse momento o jovem levanta-se de arma em punho, e dos arbustos e árvores circundantes salta um bando armado de caçadeiras e pistolas automáticas. Era uma emboscada. Carjacking. O casal é barbaramente agredido, a mulher é violada e roubam-lhes todos os bens antes de os abandonarem inanimados e cobertos de sangue.

 

No instante em que o bando se preparava para entrar no carro acabado de roubar com o intuito de assaltar uma gasolineira, o carro dirigido por Louçã chega ao local. Louçã interrompe então o sermão sobre as virtudes do casamento gay que dirigia aos prosélitos que o acompanhavam e diz-lhes "venham, precisamos ajudar as vítimas".

 

Louçã dirige-se então ao gang e diz-lhes "Irmãos, estou aqui para vos ajudar. Vós sois as vítimas do neo-liberalismo, das políticas do governo e da falta de apoio social". Os membros do gang entreolharam-se e Louçã continuou dirigindo-se ao mais jovem, um jovem a quem chamavam Antonino,  "tu irmão, andas aqui apenas porque não tens emprego". E o jovem retorquiu-lhe num dialecto chamado Crioulo: "Mano, eu trabalhar? Você está louco? Além disso tenho 13 anos, não tenho idade legal para trabalhar". Louçã afastou com os pés o casal ensanguentado para trás de um arbusto fora da vista de todos e dirigindo-e a outro membro do gang diz-lhe: "irmão, tu estás aqui porque vives num bairro degradado". O jovem ficou pensativo por uns instantes como que meditando "toda a gente diz que o nosso bairro há 20 anos era muito bonito... mas depois partimos tudo. Ainda ontem incendiamos mais uns automóveis e uns contentores. Sim, está tudo destruido, tudo degradado. Sim, é um bairro degradado." Outras pessoas que foram chegando entretanto espantaram-se com a sabedoria do mestre. Uma delas perguntou então "o que é aquilo ali a sair de trás do arbusto, uma mão ensanguentada?" Louçã fuzilou-a com o olhar e gritou colérico "racista, xenófobo". Os seus discípulos, com um olhar vazio gritaram em uníssono "racista, xenófobo". Essa pessoa nunca mais teve coragem de abrir a boca.

 

 

Louçã dirigiu-se então aquele que pela reverência com que os outros o tratavam parecia o líder do gang, um jovem a quem chamavam Quinito, e disse-lhe: "Tu estás aqui por causa da crise causada pelo neo-liberalismo, não tens emprego". Quinito olhou o mestre de alto a baixo e disse-lhe "eu tenho emprego, sou mecânico". Mas Louçã não desistiu e insistiu "sim, mas estás aqui porque és pobre".  Quinito ficou pensativo, admirado com a sabedoria do mestre e perguntou-lhe " viu as minhas páginas pessoais no Facebook, Hi5 e Myspace?".

Fez-se um silêncio. Quinito, o líder do gang, baixou a cabeça e concedeu perante a sabedoria do mestre "sim, é verdade. Eu tenho uma colecção de carros de luxo.. tenho  Ferraris, Porsches... mas não tenho um iate ou um jacto privado. É por isso que ando aqui, sou pobre"

 

 

Este foi o primeiro milagre de Louçã, que mais tarde viria a repetir muitas vezes. Louçã conseguia transformar qualquer assassino, pedófilo ou violador em vítima da crise neo-liberal. E assim ficou conhecido por São Louçã, padroeiro dos criminosos.

 

 

 

 

13.Mai.09

Karaoke CGTP

Hoje tive a oportunidade de apreciar ao vivo todo o espectáculo que é uma manifestação sindical, no caso uma manifestação de enfermeiros em frente ao Ministério da Saúde a reivindicar não entendi muito bem o quê. Ainda me encontrava a quarteirões de distância e já se ouvia uma barulheira estrondosa. À medida que me aproximava, fui-me deparando com uns tipos a dar forte na cerveja mesmo a meio da tarde e pensei tratar-se da semana académica. Mas não, era mesmo uma manifestação sindical capitaneada por um carrinha da CGTP, a qual dispunha de umas colunas de onde saía o mais recente êxito dos Xutos e Pontapés num tal berreiro que mais parecia o dia do Juízo Final. A certa altura, o volume do som baixava e a multidão de manifestantes extasiados cantava num perfeito exercício de karaoke, se bem que a letra me pareceu razoavelmente adulterada. No próximo certame, a CGTP poderia muito bem diversificar as actividades lúdicas, como por exemplo umas barraquinhas de tiro com a face do Vital Moreira no alvo e um prémio para quem lhe acertasse em cheio no nariz.

13.Mai.09

Debate a 13 sobre Europeias

Os debates com muitos intervenientes não são por norma exactamente esclarecedores, dado que não existe de facto debate, mas nem por isso deixam de ser interessantes. O debate de ontem no Prós-e-contras foi a prova disso mesmo, um debate onde alguns desconhecidos deram mostras de grande talento e outros mais conhecidos confirmaram os seus créditos. Miguel Portas, candidato do Bloco de Esquerda, foi um dos que não defraudou as expectativas e descobriu um novo culpado para todos os males do mundo, desde a gripe suína à crise na pesca bacalhoeira. Bem, o culpado é o mesmo de sempre, mas agora tem um novo rostro, chama-se "governos do Primeiro Mundo". E foi assim, repetiu a cassete dos governos do Primeiro Mundo vezes sem conta até que no fim, aconteceu o improvável e nos pediu que oiçamos os bispos: "oiçam os bispos, oiçam os bispos, oiçam os bispos". Bem, vou fazer a vontade ao homem e vou ouvir o que os bispos têm a dizer sobre o aborto e o casamento gay. Outra figura da noite foi a Laurinda Alves, penso que é assim o nome dela, candidata daquele partido que se situa exactamente ao centro, entre o PS e o PSD. Disse a dita senhora num momento de inspiração que "só crescemos na unidade da diversidade". O que quer que isso signifique, que nem ela deve saber, concordo que soa muito bem. Quem também abrilhantou a noite foi uma senhora loira, Carmelinda Pereira de seu nome, dirigente do POUS de sua graça. Esta senhora, que nos seus idos tempos da juventude deve ter andado aos gritos "a barriga é minha" e cujo estilo ainda não perdeu, defendeu, entre outros disparates, a tese de que o governo devia proibir a falência das empresas. Eu vou mesmo mais longe, o governo devia proibir a crise e o desemprego. Para o fim ficou a estrela da noite, o candidato do único partido que bate aos pontos o Bloco de Esquerda: o Partido Humanista. Este candidato apareceu por lá com a tese de que os bancos não deviam cobrar juros, como fazem alguns países Islâmicos e com grande sucesso. Enfim, é um prosélito do atiçar de ódios à banca por parte do pastor Louçã mas ainda mais acirrado. Questionado quanto à justificação para tal, alegou ser essa a vontade de Alá. Bem, se é essa a vontade de Alá, vamos lá acabar com os juros da banca ou ainda levamos com umas bombas em cima.

 

 

 

 

12.Mai.09

Felizmente tomarão conta das nossas cidades.

“Bem lhes podem fechar a porta. Eles entrarão pela janela. Felizmente tomarão conta das nossas cidades (…) "

 

Daniel Oliveira no Expresso, dissertando sobre a imigração.

 

 

 

Bairro da Bela Vista em Setúbal.

 

 

Os sonhos do Daniel estão a tornar-se realidade... ou talvez não, devido à intervenção policial. É totalmente compreensível a hostilidade da Esquerda às forças da ordem.

08.Mai.09

Fraternidade

"O Primeiro de Maio é a festa da fraternidade"

 

Rui Tavares, candidato do BE às eleições Europeias

 

 

Se não fosse aquele espírito todo de fraternidade e os princípios de tolerância que pautam as atitudes destes activistas de Esquerda e o Vital Moreira, no mínimo, teria saído de lá empalado ou decapitado.

07.Mai.09

Estalinismo

 

Já não é a primeira vez que assistimos a este filme. Gualter Baptista, líder do bando que atacou um campo de milho em Silves era um dos mais activos activistas do Bloco de Esquerda, sendo autor de inúmeros textos no esquerda.net e figurando nos folhetos do BE nas autárquicas em Almada. Após dar a cara pelo bando que lançou o ataque contra o milharal de Silves, Louçã apareceu na TV com um ar virginal afirmando que não conhecia o cavalheiro.

 

Desta vez foi Délio Figueiredo que se destacou numa perseguição ao candidato do PS, Vital Moreira, nos episódios de violência que marcaram o primeiro de Maio. Os grandes planos de Délio nos telejornais coincidem também com o desaparecimento na net das imagens que o ligam ao BE. Pedro Sales, em nome do BE,  explicou que o partido não tinha nada que ver com o desparecimento das imagens, com a mesma habilidade e determinação com que Sócrates explicou a sua licenciatura e o caso freeport. Ao que parece, o nome de Délio desapareceu também das listas de Coimbra. Estaline estaria orgulhoso daqueles que hoje seguem os seus exemplos com tanta eficiência.

 

 

Trotsky e Délio Figueiredo evaporam-se sem deixar rastro.

 

 

(imagens do Insurgente e 31 da Armada)

 

06.Mai.09

Agressões no Primeiro de Maio

No dia do trabalhador, os trabalhos foram outros. Vital Moreira, ex-Comunista e cabeça de lista do PS às eleições europeias, demandou pela Avenida da Liberdade onde decorriam as tradicionais manifestações do primeiro de Maio e acabou por receber uns mimos vindos de militantes do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda*.

 

Se bem que a violência envolvendo políticos é sempre de lamentar, pode dizer-se que este desenlace era previsível. A Extrema Esquerda em Portugal tem uma por demais conhecida incompatibilidade crónica com a tolerância além. Vital Moreira, que era aqui a face do governo contra o qual todos os ódios são acirrados, não poderia ignorar que seria o alvo de todas as fúrias. O mais provável é que a sua presença na avenida da Liberdade tenha sido mesmo com a intenção deliberada de originar este incidente e daí tentar retirar dividendos políticos. É como alguém que vai colocar a sua perna em frente à boca de um cão raivoso e depois vem a choramingar que foi mordido. Bem esteve Jerónimo de Sousa em não lhe pedir desculpas. Quem anda à chuva molha-se.

 

 

 

* Pacheco Pereira no Abrupto: "Um exemplo (de situacionismo): não referir que militantes do Bloco de Esquerda também tiveram um papel activo na agressão a Vital Moreira". Mais uma vez a imprensa a fazer o frete ao seu partido bonito, ao que não será alheio o facto de um número muito significativo do jornalistas ser precisamente deste partido.

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