A Esquerda Portuguesa tomou a peito a defesa de "El Comandante" Hugo Chávez. Bem... para ser mais preciso eu diria antes a Extrema Esquerda, ou a Esquerda verdadeira, já que do PS tanto se ouviram vozes críticas, como a de António Vitorino, como acalorados apoios, como o de João Soares.
De entre os indefectíveis defensores de Hugo Chávez ganhou notoriedade a dupla de intelectuais de vanguarda composta pelos ex-barnabés Daniel Oliveira e Rui Tavares. Não querendo aparecer excessivamente colados à imagem de El Comandante venezuelano, Oliveira e Tavares adoptaram a estratégia de disparar em todos quantos criticassem Chávez, ao mesmo tempo que tentavam aparentar algum distanciamento. Daniel Oliveira chegou mesmo a dizer que preferia ver a Venezuela ser governada por outro (ditador da mesma linha política, entenda-se) ao passo que Rui Tavares se referiu ao seu populismo, como se não se tratasse de uma redundância num governo de Esquerda.
A grande arma desta dupla foi a indignação perante todos aqueles, como a inditosa Helena Matos, que tiveram a infelicidade de tratar Chávez por ditador. Logo Chávez, repetiram vezes sem conta, que chegou ao poder vencendo as eleições. Tal como Hitler e Mugabe, acrescente-se. Bem, mas o que está em causa é se vencer umas eleições é condição suficiente para que alguém possa ser considerado um democrata. E na realidade parece que não. Hugo Chávez comporta-se em tudo como alguém eternizado no poder. Todos os elementos que caracterizam as ditaduras se encontram presentes no regime de Chávez, incluindo o encerramento da comunicação social hostil e mais recentemente ataques a tiro contra os estudantes que lutam contra a consumação da ditadura.
Hugo Chávez define-se ele próprio como sendo "Socialista e Revolucionário", sendo que revolucionário é antónimo de democrata. É preciso ser-se mais claro?