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politicaxix

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21.Dez.06

Encontro de almas gémeas

Corria uma singela tarde de Dezembro, ano de Deus de 2006. Enquanto Daniel calcorreava os frios passeios de uma sinuosa rua de Lisboa, imagens de Judeus povoavam-lhe o pensamento. Imagens desses odiosos Judeus, imagens que nunca o abandonavam. Há bem pouco tempo descarregara a toda sua ira e todo o seu ódio em dois textos anti-semitas no seu Arrastão, mas nem isso aliviara a sua raiva. Entretanto, o frio que se fazia sentir, martirizava a sua cabeça rapada como se fossem agulhas empenhadas em perfurar-lhe a pele.
No lado oposto da rua, as botas da tropa do Mário pisavam os mesmos passeios frios da mesma rua sinuosa de Lisboa. No lado oposto da rua, o Mário sofria igualmente com as tropelias do tempo sobre a sua cabeça também desprovida cabelo. No lado oposto da rua, também o Mário amaldiçoava os Judeus. Também o Mário deixara um texto anti-semita ainda fresco no seu Homem Lobo.
Daniel e Mário cruzam-se e os seus olhares também. Olham um para o outro como quem olha para o seu reflexo num espelho ou num lago de águas calmas e límpidas. Ambos são anti-semitas. Ambos são fundamentalistas. Ambos são anti-capitalistas. Ambos são anti-globalização. Ambos defendem o Socialismo. Ambos defendem o intervencionismo do Estado. Ambos são racistas. Ambos são xenófobos. Ambos se vêem como reserva moral da sociedade. Enfim, ambos são nazis-trotskistas. Tratam-se de almas gémeas. No entanto, odeiam-se: Um é ligeiramente mais para o Nazi enquanto o outro é ligeiramente mais para o Trotskista.
Trocam acusações e insultos pessoalmente, tal como já haviam trocado nos seus blogs. Por mútuo acordo, dirigem-se à esquadra da polícia mais próxima com o intuito de apresentarem queixa um contra o outro. Um deles, o que odeia a polícia, acaba mesmo por apresentar queixa a essa mesma polícia. O outro, numa atitude mais inteligente, acaba por desistir de tal inutilidade. Por fim, algo os destingue.


olimac.jpg
13.Dez.06

Muçulmanos discriminados no Ocidente

Os Muçulmanos a viver na Europa queixam-se frequentemente de ser alvo das mais diversas discriminações e, diga-se em abono da verdade, que não deixam de ter uma certa razão.

O “Dutch-Turkish website” dá voz a um flagrante caso de Islamofobia que emana da sociedade Ocidental, transcrito também pelo “The Brussels Jornal” (1). Este é o grito de revolta de um Holandês de origem turca:

“Why do you never hear anyone criticizing the Chinese and their religion, why don’t they have to assimilate? “


Porque nunca se ouviu ninguém criticar os Chineses a sua religião? Porque não se exige aos Chineses que se “integrem”? Porquê se exige aos Muçulmanos (e aos Africanos) aquilo que não se exige aos outros imigrantes?


E não temos como não dar razão a este grito de revolta. Se um Chinês tem o seu comerciozinho tradicional, se come com pauzinhos ou se gosta de passar o serão em família no seu canto, ninguém o critica. Mas se é um Muçulmano que incendeia um autocarro cheio de gente, que assassina a filha porque esta usou baton, que apedreja a mulher ou que põe uma bomba no metro, lá vêm os sociólogos, os políticos e sei lá quem mais a chatear os Muçulmanos e a exigir que estes “se integrem”.


Porquê esta discriminação? Assim não é possível uma sã convivência entre os povos, não é possível a tal aliança de civilizações.


(1) - http://www.brusselsjournal.com/node/1742
11.Dez.06

Diário de Mentiras

Aproveitando o excelente trabalho de investigação do Máquina Zero, aqui fica a síntese do artigo da “jornalista” Céu Neves publicado no Diário de Notícias.
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Foi publicado Terça-feira passada no Diário de Notícias, um artigo intitulado “Minorias discriminadas na habitação em Portugal” (1), da autoria da Jornalista Céu Neves, e que denunciava as discriminações de que são vítimas os imigrantes em Portugal, tendo como base o relatório anual do Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia (2).

Esta notícia foi posteriormente amplamente divulgada na Comunicação Social, sendo o Diário de Notícias citado como fonte (3).



Analisando o artigo, verifica-se que este consta de um primeiro parágrafo onde se encontra o essencial da notícia, a qual é desenvolvida nas secções subsequentes.

Neste primeiro parágrafo pode ler-se “A habitação é a principal fonte de discriminação dos imigrantes em Portugal, acusa o Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia (EUCM)”. Porém, ao se consultar o relatório anual do EUCM (4), não se encontra qualquer acusação a Portugal e a palavra discriminação não é usada uma única vez em qualquer parte do texto. O relatório revela sim, que os imigrantes têm grandes dificuldades em conseguir alojamento devido à precaridade dos empregos e ao elevado custo do alojamento, com base em testemunhos de ONGs, mas estas dificuldades são comuns às famílias Portuguesas.



A jornalista cita em seguida o relatório: “ “Os estrangeiros são obrigados a viver "em garagens, no local de trabalho ou nos bairros de lata dos grandes centros urbanos", denuncia-se o relatório anual daquele organismo, referente a 2005.” “.

Porém, e mais uma vez, ao consultamos o relatório, não é isso que está lá escrito. No relatório consta “Immigrants were found living in garages, in their workplaces (...)” .


A tradução da jornalista altera por completo o sentido do que se encontra escrito no relatório.
Em primeiro lugar, a jornalista usa a expressão “os estrangeiros”, referindo-se assim a todos os estrangeiros. O que se encontra escrito no relatório é algo completamente distinto. No relatório diz-se que “foram encontrados imigrantes a viver em garagens” e não que “os imigrantes vivem em garagens”.
Em segundo lugar, a jornalista acrescenta à tradução “são obrigados”, o que adultera o sentido original da frase. Se são obrigados, no presente contexto de acusações a Portugal, é porque existe dolo por parte de alguém ou de alguma entidade.


O resto do texto é um desenvolvimento do tema, havendo apenas a realçar o título da última secção “Lutar por iguais direitos”. Fica-se na dúvida se estamos perante uma notícia ou perante o programa de acção de uma força política.


Em resumo, a notícia é simplesmente falsa, a tradução contém erros grosseiros e o único objectivo parece ser o de “criar factos” para apoiar as posições de uma dada força política e as reivindicações de algumas organizações.


Ainda a este propósito, uma reportagem apresentada Sexta-feira na SIC Notícias sobre as condições de vida dos imigrantes em Portugal, foi ilustrado com o exemplo de uma família Angolana (constituida por pai, mãe e cinco filhos menores) a residir em Portugal. Nenhum dos adultos trabalha e a família é sustentada integralmente pela Segurança Social. Habitam numa pensão, sendo a despesa paga pela Santa Casa da Misericórdia. Sinceramente, não me parece que as famílias Portuguesas em iguais circunstâncias tenham um melhor tratamento que este.


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(1) - http://dn.sapo.pt/2006/12/05/sociedade/minorias_discriminadas_habitacao_por.html


(2) –
http://eumc.europa.eu/eumc/index.php?fuseaction=content.dsp_cat_content&catid=4491243f59ed9


(3) –

http://sic.sapo.pt/online/noticias/vida/20061205_imigrantes_habitacao.htm

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=748685&div_id=291

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1278751

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=12584

http://acorianooriental.sapo.pt/noticia.asp?pid=16&nid=98059


(4) –
http://eumc.europa.eu/eumc/index.php?fuseaction=content.dsp_cat_content&catid=4491243f59ed9 - Página 62
05.Dez.06

Mais uma vez o Jornalismo de Causas (I)

O jornalismo em Portugal está cada vez pior. A propaganda política é passada às claras sob a forma de "notícias" e os jornais tornam-se "o tempo de antena" de forças políticas e organizações de índole duvidosa. Um texto assinado por Céu Neves, alguém que não sei se será uma jornalista ou uma activista política, foi hoje publicado no Diário de Notícias e no site propagandístico do Bloco de Esquerda. Uma análise mesmo que superficial à dita "notícia" revela não ser mais que simples propaganda política, e a afirmação dos princípios de uma dada força política. O texto do artigo inicia-se da seguinte forma:

"A habitação é a principal fonte de discriminação dos imigrantes em Portugal, acusa o Observatório Europeu do Racismo e da Xenofobia (EUCM). Os estrangeiros são obrigados a viver "em garagens, no local de trabalho ou nos bairros de lata dos grandes centros urbanos", denuncia-se o relatório anual daquele organismo, referente a 2005."

Trata-se de uma grosseira distorção da realidade: Como é evidente, não existe nenhuma lei nem nenhum organismo que obrigue os estrangeiros a viver em garagens ou bairros de lata. Aliás, existem inúmeros estrangeiros em Portugal que não vivem em garagens ou bairros de lata, prova cabal que tal afirmação é uma simples patetice.


""Um preço demasiado elevado (...)", lê-se no documento agora divulgado. "

O preço demasiado elevado é exactamente o mesmo para Portugueses e estrangeiros pelo que, se confirma, não há discriminação nenhuma.


Lá mais para a frente vêm as palavras de ordem, só falta mesmo um apelo ao voto,

"Lutar por iguais direitos"


Em resumo, esta "notícia" pretende passar a imagem de que existem leis ou direitos distintos: É falso, os preços das casas são os mesmos para todos e a lei concede os mesmos direitos a todos. Existem estrangeiros a viver em habitações degradadas, assim como também existem Portugueses nas mesmas situações. Trata-se portanto de uma "não-notícia" com objectivos claramente políticos.



http://dn.sapo.pt/2006/12/05/sociedade/minorias_discriminadas_habitacao_por.html
04.Dez.06

Jovens notícias de fim de semana

Duas notícias de destaque marcaram o passado fim de semana. Domingo, foram apresentados os resultados do maior estudo alguma vez realizado sobre a juventude Portuguesa. Uma das mais surpreendentes conclusões, apesar da pouca importância que lhe foi atribuída, foi a de que a criminalidade juvenil tem vindo a crescer exponencialmente nos últimos anos. E digo que tal é surpreendente por vários motivos. Em primeiro lugar porque tem havido crescimento económico ao longo das últimas décadas e uma melhoria das condições de vida em geral. Em segundo lugar, porque com o aparecimento das novas tecnologias, os jovens têm dezenas de novas ocupações com que se entreter, afastando-se assim do crime. E em terceiro lugar, porque uma parte significativa dos jovens que vivem hoje em Portugal é proveniente da imigração, e como se sabe, segundo as estatísticas oficiais do ACIME* a criminalidade entre os imigrantes é menor que entre os Portugueses "indígenas". Talvez fosse bom que os sociólogos que teorizam na TV tentassem explicar este fenómeno em vez de explicar porque razão os jovens hoje se casam aos 28 anos e não aos 27.

* ACIME (Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas): Organismo governamental que tem como incumbência perseguir judicialmente quem tem opiniões políticas erradas sobre imigração e minorias étnicas. Uma espécie de PIDE dos tempos modernos.


Já no Sábado, as notícias de abertura dos telejornais reportaram sobre "as cenas de Far West" que se viveram em Chelas no decorrer de uma festa Guineense. Um tiroteio entre jovens do qual resultaram sete feridos, alguns dos quais em estado grave.

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