Esqueçam os gatos fedorentos. Os três canais de televisão estão agora a passar uma novela verdadeiramente impagável intitulada Os candidatos fedorentos. Todos os dias, pouco depois das oito da noite, lá estão eles quais bucha e estica em campanha eleitoral. Para os mais desatentos, o Política XIX deixa aqui o resumo dos últimos episódios.
Lá pela Primavera, os humoristas Soares e Louçã assumiam o papel de políticos desinteressados, tendo ambos jurado a pés juntos que nunca se candidatariam à Presidência da República. O humorista Soares afirmou mesmo, em directo na televisão, que uma eventual candidatura sua era um completo disparate e que não fazia sentido nenhum.
Chegado o Verão, já ambos eram candidatos.
Nos episódios que se seguiram ambos os humoristas procuraram justificar as suas decisões de se candidatar à presidência. Soares afirmou que a sua decisão se tornara um imperativo devido à situação do país, situação essa que seria impensável na Primavera quando garantiu que não seria candidato. Ou seja, a situação do país apenas se tornou catastrófica após a Primavera, portanto, após o PS chegar ao governo, partido que aliás o apoia. Já o humorista-demagogo Louçã afirma candidatar-se para combater a Direita. Em Maio ninguém estava à espera que a Direita viesse a apresentar algum candidato.
Nos últimos episódios, o humorista Soares criticou Cavaco Silva por mudar de opinião em relação a algumas coisas que disse há mais de 10 anos. Soares, que nunca alterou as suas posições, é a pessoa certa para tais críticas. Já o humorista-demagogo Louçã, defendeu na entrevista com Judite de Sousa a necessidade de substituir os políticos actuais por novos políticos. Refira-se ainda que Louçã já anda na política desde 1972, embora nessa altura os seus actos políticos se limitassem ao consumo charros e partir montras, e que já se candidatou por 10 vezes em diversos actos eleitorais.
E a palhaçada vai continuar até Janeiro, em todos os telejornais, numa televisão perto de si.