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politicaxix

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07.Nov.05

Violência nos arredores de Paris

Se há algo que modela o pensamento dos "entelectuais" de Esquerda é precisamente a forma como estruturam esse mesmo pensamento. Em primeiro lugar tiram-se as conclusões. depois tentam-se encontrar dados e raciocínios que conduzam a essas mesmas conclusões. Quando tal não é possível, envereda-se pelo caminho da retórica.

A propósito dos graves incidentes que atingem Paris, os entelectuais da nossa praça mantiveram-se fieis aos seus princípios e ao que sempre. Começaram por tirar as conclusões, e concluiram que os jovens que já incendiaram milhares de automóveis, centenas de edifícios e que já feriram com gravidade numerosos polícias e populares, são todos inocentes. Razão: tratam-se de jovens africanos e de jovens islâmicos, e para a Esquerda bem pensante, nunca em tempo algum e em parte nenhuma do mundo, alguma vez algum negro ou algum árabe teve culpa do que quer que fosse. Sendo assim, o seu exercício intelectual limita-se à procura de desculpas e mesmo neste aspecto não foram brilhantes. Com efeito, não conseguiram encontrar melhor que as já estafadas desculpas dos "guetos" e do desemprego. Mas qual a validade destas justificações?

Começando pelos "guetos" em que vivem os jovens, este argumento é já em si desonesto. Os jovens não vivem em "guetos" mas sim em bairros perfeitamente normais. Num destes bairros cresceu também um jovem emigrante Português que foi hoje entrevistado pela RTP. Nesse bairro viviam muitos Franceses, muitos Portugueses e muitos Magrebinos. Devido aos problemas causados por parte dos habitantes desse bairro, os Portugueses e os Franceses foram aos poucos abandonando o bairro. Quanto aos Magrebinos foram chegando sempre cada vez mais. Hoje o bairro é habitado quase exclusivamente por Magrebinos. O problema não é do bairro, é das pessoas que lá moram.
E se de facto algum Magrebino não quiser viver lá só tem que seguir o exemplo dos Portugueses e Franceses que lá viviam e mudar-se. Poderão argumentar que não são pessoas de grandes recursos económicos, mas os Portugueses e Franceses que lá viveram também não o eram.

Depois vem o patético argumento do emprego. Raramente se referem as idades dos jovens, mas os dois que acabaram por falecer electrocutados depois de um assalto tinham 15 e 16, e os dois detidos hoje a incendiar um camião tinham 14 e 15. São estes os jovens que estão revoltados por não encontrar emprego? É normal que não encontrem emprego, até porque não têm ainda idade legal para trabalhar. Quanto jovens maiores de 18 é normal que tenham dificuldades assim como todos os jovens têm, africanos, magrebinos ou não. Seria bom saber o que estes jovens já fizeram para conseguir emprego, a dedicação que tiveram aos estudos, a quantas entrevistas foram, etç.

Quando os entelectuais de Esquerda justificam a violência destes jovens com o facto de que não há emprego para eles, convém recordar que estes são os mesmos entelectuais que defendem a entrada de mais imigrantes porque há muito emprego para eles.

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