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politicaxix

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16.Mar.07

Comunistas e capitalistas: A improvável aliança

Quando um capitalista defende o Estado Social e causas de Esquerda, algo de errado se passa. No entanto foi isso mesmo que aconteceu ontem, no programa de economia da SIC notícias. Um dos economistas que habitualmente por lá comenta, (penso que pertence ao Diário Económico), defendeu que a imigração e a existência de um Estado Social em Portugal são bons para o país. Não estou enganado, não foi nenhum Louçã nem nenhum Jerónimo a proferir tal afirmação. Foi mesmo um defensor dos interesses do grande capital.

A sua justificação é muito simples: A imigração aumenta o desemprego, e quanto mais elevado o desemprego melhor para a economia do país. Isto porque os salários dos trabalhadores tendem a descer devido ao aumento da procura, e as empresas tornam-se mais lucrativas. E é por isso que há necessidade de um Estado Social: Havendo uma taxa de desemprego muito elevada, é necessário que haja um forte Estado Social para apoiar o elevado número de pessoas excluída do mercado de trabalho.

O que este inteligente se esquece, é que o país não ganha nada com isto. O aumento dos lucros das empresas não se deve a um aumento da produtividade ou da sua eficiência mas sim a uma perda nos salários da classe trabalhadora. Quem ganha com isto são apenas os empregadores, e ganham exactamente na mesma medida em que os trabalhadores assalariados perdem. Assim, os mais desfavorecidos acabam por se tornar dependentes da Segurança Social, e a Classe Média paga a factura.

Curiosamente, imigração, desemprego e salários baixos são também defendidos por aqueles que se dizem defender os interesses dos trabalhores. Como afirmou em tempos o Eng. António Guterres durante uma campanha autárquica, os Comunistas não querem que os problemas sociais se resolvam mas sim que eles se perpetuem, pois uma vez que não existam problemas sociais, votar no PCP não faz sentido. Por este motivo, PCP e BE não se têm poupado a esforços no sentido de defender tudo o que possa conduzir a um aumento do desemprego e dos baixos salários em Portugal. Não defendem apenas que se abram fronteiras a novos imigrantes, sem qualquer critério, quando já temos dezenas de milhares de imigrantes desempregados. Também se batem pela rigidez na legislação laboral afastando assim de Portugal novas empresas, potencialmente criadoras de emprego.

O caso do Bloco de Esquerda é particularmente caricato: Na legislação sobre o aborto defendem que devemos ter leis idênticas ao resto da Europa “para chegarmos ao século XXI”. Na legislação laboral defendem exactamente o oposto, a caminho do século XIX.

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